terça-feira, 24 de novembro de 2015

Aula 1 – Dia 01/04/15




Para iniciar, o Prof. Luiz Fernando, como de costume, nos entregou um questionário com algumas perguntas prévias sobre Hipertexto e sobre as nossas expectativas quanto ao curso. Desta vez, diferentemente da primeira, respondi com mais segurança, porém, é interessante destacar que, pela sua própria natureza hiperbólica, o hipertexto dispensa conceitos extremamente cristalizados (foi isso que pensei no momento em que respondia o breve questionário). Depois, o professor nos apresentou o plano de curso e, também, os conteúdos que serão abordados nele.

Nos momentos iniciais da aula, o professor mencionou uma questão importante, que trago comigo desde a disciplina do semestre passado: o nosso problema de estudo são as linguagens e não as tecnologias. O hipertexto circula em ambientes virtuais, é verdade, mas o cerne da discussão para nós, linguistas e professores de linguagens, é como o aluno pode produzir e, posteriormente, ler textos modais. O fascínio que a tecnologia despertou e desperta ainda hoje produz uma doce ilusão de que o caminho da educação pode ou é facilitado através das máquinas de computador e da internet. Mas, persiste um problema maior na educação: o de letramento. É preciso tornar os alunos de linguagens letrados e não "experts" em tecnologia. Este é o foco.Este é nosso trabalho.


Na segunda parte da aula, formamos grupos e lemos o texto "Breve Histórico do Hipertexto" (este não estava na bibliografia da disciplina 2014.2). A partir desse texto, respondemos 16 questões bem pontuais enviadas pelo professor Luiz Fernando, questões que serviram como um guia de estudo e que foram discutidas em sua totalidade na aula do dia 08/04/15 (próximo post).



sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Retorno das postagens e das discussões sobre Hipertexto e Gêneros Digitais

Olá, queridos colegas de Letras e demais áreas afins (se houver),

Depois de um longo tempo sem dialogar com vocês aqui no blog, retomo essa prática com um certo "fervor". Conforme já disse na descrição, este blog reúne atividades e reflexões minhas feitas durante minha passagem por duas disciplinas ministradas pelo Prof. Luiz Fernando. A primeira disciplina foi feita no semestre 2014.2 (as postagens até o mês de dezembro do ano passado estão relacionadas a essa disciplina). Já a segunda, intitulada Tópicos Avançados em Estudos Textuais 2: Hipertexto e Gêneros Digitais, foi realizada no semestre 2015.1, e só terminou no dia 11/11 por causa do hiato de quatro meses que tivemos em razão da greve nas IES. As postagens de hoje em diante fazem parte desta última disciplina. 

Antes de tudo, devo dizer que esta segunda disciplina serviu para que eu retomasse ou ampliasse as questões discutidas na disciplina do ano passado. Então, diferentemente da maioria dos colegas desta última disciplina (que, aliás, foram muitos!), sou uma aluna atípica, assim como Flávia e Noberta, uma vez que já havíamos tido contato com boa parte das discussões realizadas.

Assim, gostaria de destacar que minhas atividades e reflexões aqui postadas serão atravessadas pelo que já fora conhecido por mim e pelas novidades que essa segunda etapa me trouxeram. A interlocução com outros colegas, as novas experiências compartilhadas, os novos textos e as aulas ministradas pelo Prof. Luiz Fernando certamente enriqueceram o que eu julgava ter aprendido. O conhecimento é sempre uma construção, nada está completamente acabado, então, vamos lá!

:D
(Imagem "pescada" do nosso querido amigo Google)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014


Aula do dia 26 de novembro de 2014 - PPGLL - Relação texto/imagem e cultura visual


Retomamos a discussão da relação texto/imagem e  da cultura visual a partir da finalização das apresentações que faltavam. Durantes as apresentações restante, chegamos a algumas considerações que não findam uma reflexão tão ampla e tão desafiadora como é a presença da tecnologia e o uso do hipertexto na escola:

1- a escola e o professor  não devem oferecer a ilusão da inclusão digital; ao apresentar as ferramentas digitais aos alunos, os professores devem torná-los próximos da tecnologia, ensinando-os a lidar com os mais diversos tipos de recursos tecnológicos; mas, para que isso seja possível, a escola deve manter o laboratório de informática acessível e disponível para os alunos;

2- para que o aluno sinta-se, de fato, acolhido, é necessário que haja não só uma inclusão digital, mas sobretudo uma inclusão social e escolar; os professores são os principais responsáveis por essa emancipação ao ensinarem as diferentes formas de linguagens aos alunos para que eles tenham suporte no e para descobrir o mundo;

3- a escola precisa ensinar os alunos a "ler" o mundo; e é aí que o trabalho com o hipertexto e com a multimodalidade se torna peça chave; a cultura visual também pode ser convocada para esta tarefa, uma vez que nós lemos as imagens a partir de nossa cultura.


A prática dessas três coisa não precisa ser encarada como utópica. O caminho é longo, mas a própria tecnologia nos dá suporte para inúmeras ações, ainda que a curto prazo. Que usemos a tecnologia e tudo o que ela traz a nosso favor!

Aula do dia 12 de novembro de 2014 - PPGLL - Cultura visual e levantamento bibliográfico sobre gêneros digitais


Para esta aula, estavam previstas duas atividades:

1- Pesquisa sobre imagens a fim de observarmos a nossa cultura visual;
2- Levantamento de trabalhos sobre gêneros digitais e seleção de um dos textos para discussão.

Antes de apresentarmos as imagens encontradas, o professor narrou a experiência de seu trabalho na comunidade Pontal, localizada em Maceió. Foi um trabalho exemplar que valorizou, principalmente, a identidade dos moradores daquele lugar dando-lhes voz e autonomia. O professor mostrou fotos, vídeos e suas artes inspiradas nessa experiência na comunidade.

Após a narrativa do professor, retomamos alguns características centrais relativas ao hipertexto:

- não há um tamanho fixo;
- a intertextualidade é mais explícita;
- a leitura é bem mais "livre" (diferentes modos de leitura, a depender do leitor);
- a multimodalidade é presente;
- em razão de todas essas características, é preciso trabalhar o hipertexto, na escola, de modo colaborativo.

Partimos, então, para a análise das imagens com o objetivo de esboçarmos a cultura visual presente. O professor havia solicitado que selecionássemos as 10 primeiras imagens que encontrássemos ao pesquisarmos as seguintes tags:

- Homem / Mulher
- Aluno/ Aluna
- Bom comportamento
- Felicidade
- Alegria
- Aprovação

Seguem, abaixo, as imagens que encontrei:

1- Para homem: em geral, as imagens reproduzem a cultura da beleza, da juventude, do sucesso, da felicidade. O único homem idoso que apareceu foi um chinês que possui uma anomalia (8ª imagem); apareceu apenas um homem "comum" (7ª imagem), que é um escritor.












2- Para mulher: mais uma vez, a cultura da beleza, da juventude e da felicidade se repetem (nenhuma idosa apareceu na pesquisa); agora, também, a cultura da sensualidade feminina, representada pelo olhar, mãos à mostra, cabelos de lado, etc, é presente. Não há nenhuma mulher "comum", todas são modelos.












3- Para aluna e aluno: de modo geral, vemos que não há a imagem de alunos "reais"; boa parte são desenhos, representações do que é ser aluno. Na tag aluna, especificamente, apareceram imagens que sequer representam a imagem do "ser aluno". Há, também, a presença de modelos, fotos ilustrativas que aparecem em anúncios de cursinhos e/ou escolas.











4- Para bom comportamento: novamente, vemos representações do que é ter um bom comportamento. Não há nenhuma imagem de uma sala de aula real, de professoras reais, de alunos reais. Algumas imagens não foram tão felizes na mensagem que quiseram passar, dando "brecha" a outras leituras, como é o caso da segunda imagem, cujo trabalho de arrumar a sala não é feito de modo colaborativo: é realizado somente pela menina, enquanto o menino continua sentado, lendo.










5- Para felicidade: em geral, a felicidade é representada pelo gesto dos braços abertos, olhar para o alto, pés livres do chão, é sempre um estado de elevação. É uma sensação que se vive sozinho (sou feliz sozinho), como podemos observar nas imagens (com exceção da 2ª imagem).











6- Para alegria: semelhante à felicidade, a alegria também é um estado de elevação e é algo que podemos alcançar sozinhos, com algumas exceções. Algumas imagens até se repetem. O amarelo é um cor que está fortemente presente na representação tanto da felicidade como da alegria.














7- Para aprovação: em geral, a ideia de aprovação representada nas imagens é aquela que vem "de fora", ou seja, alguém me aprova e assim o faz através de um gesto, de um ok, de um carimbo, de um like. De certo modo, o conjunto das imagens dá a ideia de que estamos sempre a mercê da aprovação dos outros, portanto, devemos agradá-los.












As imagens dos colegas não foram muito diferentes das que eu encontrei, com uma ou outra imagem nova. Discutimos todas uma a uma nas aulas e a análise tornou-se muito mais rica e produtiva. Toda essa discussão nos fez refletir ainda mais sobre o poder que a imagem tem e que muitas pessoas ainda desconhecem sua função, dificultando o trabalho com a multimodalidade.