terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Aula do dia 12 de novembro de 2014 - PPGLL - Cultura visual e levantamento bibliográfico sobre gêneros digitais


Para esta aula, estavam previstas duas atividades:

1- Pesquisa sobre imagens a fim de observarmos a nossa cultura visual;
2- Levantamento de trabalhos sobre gêneros digitais e seleção de um dos textos para discussão.

Antes de apresentarmos as imagens encontradas, o professor narrou a experiência de seu trabalho na comunidade Pontal, localizada em Maceió. Foi um trabalho exemplar que valorizou, principalmente, a identidade dos moradores daquele lugar dando-lhes voz e autonomia. O professor mostrou fotos, vídeos e suas artes inspiradas nessa experiência na comunidade.

Após a narrativa do professor, retomamos alguns características centrais relativas ao hipertexto:

- não há um tamanho fixo;
- a intertextualidade é mais explícita;
- a leitura é bem mais "livre" (diferentes modos de leitura, a depender do leitor);
- a multimodalidade é presente;
- em razão de todas essas características, é preciso trabalhar o hipertexto, na escola, de modo colaborativo.

Partimos, então, para a análise das imagens com o objetivo de esboçarmos a cultura visual presente. O professor havia solicitado que selecionássemos as 10 primeiras imagens que encontrássemos ao pesquisarmos as seguintes tags:

- Homem / Mulher
- Aluno/ Aluna
- Bom comportamento
- Felicidade
- Alegria
- Aprovação

Seguem, abaixo, as imagens que encontrei:

1- Para homem: em geral, as imagens reproduzem a cultura da beleza, da juventude, do sucesso, da felicidade. O único homem idoso que apareceu foi um chinês que possui uma anomalia (8ª imagem); apareceu apenas um homem "comum" (7ª imagem), que é um escritor.












2- Para mulher: mais uma vez, a cultura da beleza, da juventude e da felicidade se repetem (nenhuma idosa apareceu na pesquisa); agora, também, a cultura da sensualidade feminina, representada pelo olhar, mãos à mostra, cabelos de lado, etc, é presente. Não há nenhuma mulher "comum", todas são modelos.












3- Para aluna e aluno: de modo geral, vemos que não há a imagem de alunos "reais"; boa parte são desenhos, representações do que é ser aluno. Na tag aluna, especificamente, apareceram imagens que sequer representam a imagem do "ser aluno". Há, também, a presença de modelos, fotos ilustrativas que aparecem em anúncios de cursinhos e/ou escolas.











4- Para bom comportamento: novamente, vemos representações do que é ter um bom comportamento. Não há nenhuma imagem de uma sala de aula real, de professoras reais, de alunos reais. Algumas imagens não foram tão felizes na mensagem que quiseram passar, dando "brecha" a outras leituras, como é o caso da segunda imagem, cujo trabalho de arrumar a sala não é feito de modo colaborativo: é realizado somente pela menina, enquanto o menino continua sentado, lendo.










5- Para felicidade: em geral, a felicidade é representada pelo gesto dos braços abertos, olhar para o alto, pés livres do chão, é sempre um estado de elevação. É uma sensação que se vive sozinho (sou feliz sozinho), como podemos observar nas imagens (com exceção da 2ª imagem).











6- Para alegria: semelhante à felicidade, a alegria também é um estado de elevação e é algo que podemos alcançar sozinhos, com algumas exceções. Algumas imagens até se repetem. O amarelo é um cor que está fortemente presente na representação tanto da felicidade como da alegria.














7- Para aprovação: em geral, a ideia de aprovação representada nas imagens é aquela que vem "de fora", ou seja, alguém me aprova e assim o faz através de um gesto, de um ok, de um carimbo, de um like. De certo modo, o conjunto das imagens dá a ideia de que estamos sempre a mercê da aprovação dos outros, portanto, devemos agradá-los.












As imagens dos colegas não foram muito diferentes das que eu encontrei, com uma ou outra imagem nova. Discutimos todas uma a uma nas aulas e a análise tornou-se muito mais rica e produtiva. Toda essa discussão nos fez refletir ainda mais sobre o poder que a imagem tem e que muitas pessoas ainda desconhecem sua função, dificultando o trabalho com a multimodalidade.

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