quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Produção de um hipertexto


Este hipertexto foi criado a partir de um parágrafo do texto O padre jesuíta que inventou o hipertexto disponível, na íntegra, aqui.


Trecho:

"Se podeis ler este artigo, digitado sobre o teclado de um computador, deveis isso principalmente a ele. Se Pc e notebook aposentaram definitivamente a máquina de escrever, se podemos compor e descompor os textos, efetuar análises e pesquisas com um par de cliques com um mouse, se nos comunicamos sempre mais através de mensagens virtuais, devemo-lo sobretudo a ele. Padre Roberto Busa, jesuíta, inventor da linguística informática, antecipador do hipertexto ativo sobre a Web com três lustros de antecipação com respeito aos cientistas americanos, bem como curador do monumental Índex Thomisticus, faleceu na terça-feira à tarde de velhice no Aloisianum de Gallarate, para onde se retirara há décadas e onde havia encontrado o amigo e confrade cardeal Carlo Maria Martini. Teria completado 98 anos no próximo mês de novembro e até algumas semanas atrás ainda era ativíssimo e empenhado em novos projetos."



Estrutura básica do meu blog


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Diário de classe - Aula do dia 8 de outubro de 2014



Nesta aula, com os guias de leituras em mãos, finalizamos a discussão dos três textos previstos para a aula anterior. De fato, a produção dos guias contribuiu para um aproveitamento do tempo e das discussões. 

A aula seguiu de forma bastante produtiva; com o auxílio de um datashow, o Prof. Luiz Fernando pôde nos dar ótimas dicas sobre alguns dos muitos recursos disponíveis no Microsoft Word, especialmente aqueles relacionados à montagem de um índice e a criação de um hipertexto nos limites do programa. 

Para além da discussão das questões dos textos (em razão de já terem sido registradas nos guias de leitura, não as repetirei aqui), surgiu, entre outras inquietações, algumas considerações a respeito do conceito de letramento. O professor nos esclareceu que este conceito surgiu num contexto em que não havia analfabetos, uma realidade bem diferente da brasileira. Como é comum, a incorporação deste termo no Brasil pareceu dar esperanças para os problemas de leitura e de escrita. No entanto, salientou o professor, é preciso considerar o contexto brasileiro, marcado por um número elevado de analfabetos e de analfabetos funcionais. Nesse sentido, o termo letramento e todas suas consequências metodológicas devem ganhar a 'roupagem' brasileira a fim de que possa contribuir, de fato, para a reflexão e uma possível solução dos problemas que envolvem os usos da escrita. 

O professor destacou, ainda, a importância de, no início de nossa pesquisa, independente da perspectiva teórica e do objeto estudado, façamos uma consulta a um dicionário etimológico a fim de que tenhamos uma visualização da historicidade das principais palavras envolvidas em nosso trabalho.

No mais, continuo desvendando o hipertexto. As leituras e as aulas têm me servido, até agora, para um entendimento cada vez mais sólido do que seja o hipertexto e suas principais características, dentre elas, seu caráter essencialmente virtual e multimodal.

GUIA DE LEITURA
Texto: A textualidade do hipertexto


1-    Quais as visões de texto e de leitor comentador por Koch? Em qual você mais se encaixa como leitor(a)? E como professor(a)?

 São três:
1-      Texto enquanto produto lógico (a língua enquanto expressão do pensamento) e leitor passivo (que apenas apreende as intenções do autor)
2- Texto enquanto produto codificado (a língua enquanto instrumento de comunicação) e leitor como decodificador passivo (que apenas decodifica o texto)
3- Texto enquanto lugar da interação (a língua enquanto dialógica) e leitor/interlocutor ativo (que constrói o sentido a partir das informações do texto e de seu conhecimento enciclopédico).

A depender do texto e do objetivo de leitura, é possível que eu me encaixe nos três tipos de leitor apresentados por Koch, embora opte, com maior frequência e em razão da quantidade de textos acadêmicos que devo ler, no leitor/interlocutor ativo.


2-    É possível estudar o hipertexto como discurso (3ª perspectiva mencionada por Koch)? Quais as implicações?

Acredito que sim, partindo do pressuposto de que tanto o texto quanto o hipertexto são considerados, numa perspectiva sociointerativa, como eventos interativos e, nesse sentido, como resultado de uma atividade colaborativa entre interlocutores. A seleção de links a serem dispostos num hipertexto pode dizer muito sobre seu produtor, de seu posicionamento social, dentre outros fatores, ao passo que o modo de recepção do hipertexto, a produção de sentidos, podem, também, ser um caminho para conhecermos quem é o seu leitor. No entanto, acredito que a maior carência, no que se refere ao estudo do hipertexto, é descrever e compreender sua textualidade, sua produção e recepção enquanto um objeto linguístico, e, não necessariamente, um objeto/produto discursivo, para falarmos em termos bakhtinianos.


3-    Quantos e quais são os elementos de textualidade de um texto impresso e como eles se relacionam, teoricamente, com o hipertexto? Faça um quadro que mostre essas relações e acrescente seus comentários.


Dos elementos de textualidade de um texto impresso apresentados e discutidos no texto, temos:

Intertextualidade
O texto é parte de uma rede de alusões implícitas e explícitas e de citações de outros textos; no hipertexto, por seu essencialmente múltiplo, apresenta uma intertextualidade mais explícita e esta é elemento integrante;
Concordo que, no caso do hipertexto, a intertextualidade é um elemento essencial, intrinsicamente e explicitamente presente;
Informatividade
Refere-se ao grau de novidade e previsibilidade da informação veiculada pelo texto; o hipertexto pode ser considerado de baixa ou de alta informatividade, a depender do repertório sociocultural do leitor e, em razão disso, da escolha dos links acessados;
Penso que a presença de links no hipertexto dá ao leitor certa “liberdade” de escolha sobre as informações (novas ou não) que lhes são relevantes. Ainda que as informações nos links sejam necessárias, cabe ao leitor, dependendo do tipo de hipertexto que esteja lendo, a decisão por clicar ou não;
Situcionalidade
Diz respeito ao conjunto de fatores que tornam o texto relevante para uma dada situação de comunicação; no hipertexto, este elemento relaciona-se à questão topográfica e à inter-relação entre os links;
Confesso que não compreendi bem as implicações do hipertexto em relação à situcionalidade;
Topicidade
É o assunto e o modo como ele é desenvolvido no texto (em outras palavras, a continuidade temática e a progressão referencial de um texto); no hipertexto, a topicidade é dada de modo peculiar.
Esse elemento me fez pensar o seguinte: quando acaba a leitura de um hipertexto? Onde é seu fim? A peculiaridade do hipertexto em relação à topicidade realça a impossibilidade de uma visão de sua totalidade.






GUIA DE LEITURA
Texto: Hipertexto: definição, tipologia e características


1- Qual é a definição de hipertexto adotada pelo autor? 

A definição adotada pelo autor é a de hipertexto enquanto um texto exclusivamente virtual que possui obrigatoriamente links; os links remetem o leitor a outros textos, o que permite percursos diferentes de leitura e de construção de sentidos. Outra característica, conforme a definição adotada pelo autor, é a de que o hipertexto só se concretiza, ou seja, só “acontece” no momento em que é clicado.

2- Qual a discussão terminológica em relação a “texto” e “documento”? Há outras questões terminológicas que você poderia inserir nessa discussão? Quais?

Não há um consenso em relação ao que define um texto; no entanto, o termo documento já está bem definido na informática, com base em seu uso: é todo arquivo manipulável, disponível no computador ou na Web. Outras questão terminológica que vale a pena o destaque, em razão do primeiro texto, é a de leitor x usuário.

3- O que são hipertextos abertos e fechados? Exemplifique.

Hipertextos abertos são aqueles cujos links direcionam para documentos em servidores distintos (a web). Já os hipertextos fechados são aqueles cujo conteúdo encontra-se disponível em um único espaço (CD-Rom). O professor apresentou, ainda, os hipertextos mistos, cujos links podem estar dispostos em servidores restritos e abertos simultaneamente.


4- Quais são os modelos de hipertexto que o autor comenta? Obtenha, na internet, exemplos de cada modelo e comente sobre sua pesquisa (dificuldades e facilidades).

Modelo sequencial ou linear:


Modelo hierárquico:

Modelo reticulado:


Modelo em rede: não obtive exemplos.

De fato, os modelos hierárquico e reticulado são os mais amplamente utilizados. No entanto, há vários blogs, especialmente os que versam sobre assuntos femininos (moda, beleza, etc) que se utilizam do modelo sequencial ou linear.


5- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para as ciências linguísticas?

A meu ver, a principal importância da pesquisa do hipertexto para as ciências linguísticas, especialmente para a Linguística Textual, é o enriquecimento da reflexão sobre texto e, consequentemente, sobre textualidade. Uma teoria não sobrevive sem uma frequente reflexão sobre seu objeto e sobre seus princípios teóricos e metodológicos. Assim, conforme vimos nos três textos de Gomes, é notória a contribuição do estudo do hipertexto para a compreensão ou mesmo para a problematização de um conceito tão complexo e tão caro à LT como o é o de texto.

6- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para o ensino e para da leitura e da escrita de hipertextos?

Estudos que descrevam e expliquem os tipos de hipertextos certamente auxiliarão os professores que pretendem trabalhar com hipertextos na escola. É preciso que a definição de hipertexto e de seus tipos esteja, primeiramente, muito clara para o professor para que, com base nisso, ele possa propor atividades de leitura e de escrita com hipertextos aos seus alunos e elaborar estratégias pertinentes para o bom desenvolvimento dessas atividades.

7- Qual a importância da pesquisa sobre tipos de hipertextos para o desenvolvimento das habilidades de leitura de hipertextos?

Os textos de Gomes, em conjunto, ressaltam, entre outras questões, a flexibilidade mais ou menos controlada característica do hipertexto. A presença de links não garante, necessariamente, que todos sejam lidos pelo leitor. É uma leitura, podemos dizer, construída pela ação do leitor que vai “clicando” conforme a disposição dos links e seus objetivos. Nesse sentido, a leitura do hipertexto exige habilidades que não são necessariamente exigidas na leitura de um texto impresso. É preciso conhecer os limites (ou os não-limites!) do que se lê em cada tipo de hipertexto; assim, o produtor do hipertexto poderá sinalizar estratégias de leituras que guiem, de modo mais ou menos flexível, seu leitor.

8- Qual deve ser o papel da escola com relação ao ensino da leitura e da produção de hipertextos?

Conforme as discussões dos textos nas aulas, penso que a primeira atitude da escola em relação hipertexto é desmistificação de que este é o “salvador” de todos os problemas de leitura e de escrita dos alunos. É importante incorporar essa nova modalidade linguística, tendo em vista as inúmeras possibilidades que o meio eletrônico dispõe, mas é preciso fazê-lo com os “pés no chão”. Uma segunda atitude, e esta diz mais respeito ao professor, é a de atualizar-se no que se refere às pesquisas sobre o hipertexto, suas características linguísticas e seus tipos, a fim de que o trabalho seja feito da melhor maneira possível. Explorar as vantagens do hipertexto, tais como seu caráter essencialmente digital (o que costuma atrair os jovens alunos) e sua “criatividade autônoma” poderá contribuir para um ensino cada vez mais emancipador e humanizador.






GUIA DE LEITURA 
Texto: Texto e hipertexto: o "hiper" do hipertexto e outras questões


1-    Qual a motivação do autor para propor um estudo sobre o “hiper” do hipertexto, ou seja, o que o autor pretende com o texto?

Em linhas gerais, podemos dizer que os objetivos principais do autor é, de um lado, esclarecer o prefixo “hiper” de “hipertexto” como sendo atribuído à sua qualidade multidimensional (e não ao suposto pensamento do senso comum de que ser ‘hiper’ é ser melhor), e, de outro, defender a necessidade de que o hipertexto e sua relação com o texto seja estudado no âmbito da Linguística, a fim de que sejam explorados não apenas os conceitos técnicos e sua usabilidade, mas, também, sua textualidade.

2-    Quais questões o autor discute? Enumere-as e comente-as, dando sua opinião e acrescentando ou refutando seus argumentos.

Das questões discutidas pelo autor no decorrer de seu texto, destaco as seguintes:

1-    Estudo das características linguísticas do hipertexto: concordo que a definição de hipertexto a partir de aspectos técnicos e de sua usabilidade é insuficiente; é necessário um tratamento do hipertexto pelo viés linguístico, a fim de que sejam exploradas exaustivamente sua produção e recepção.

2-    Estudo da relação texto/hipertexto no âmbito da Linguística: o estudo desta relação só é possível, de fato, no âmbito da Linguística; penso que, das as semelhanças e diferenças entre eles, o hipertexto questiona o texto, especialmente o texto impresso, quando coloca em evidência alguns dos elementos de textualidade.

3-    A construção da coerência no hipertexto: esta foi, de fato, uma das minhas inquietações ao ler este texto. Parece-me que o produtor do hipertexto "idealiza" uma coerência e a materializa na disposição dos links, mas isso não garante que seu leitor alcance esta coerência, tendo em vista a flexibilidade do hipertexto.


4- Hipertexto e texto eletrônico: esta questão levantada pelo autor foi extremamente esclarecedora para mim; percebi que nem todo texto veiculado no meio eletrônico se caracteriza como um hipertexto. Para ser hipertexto, deve apresentar links, ou seja, ser multimodal (e não unilateral).

5-    A característica logocêntrica da WEB: esta questão é, de fato, muito pertinente, basta observarmos as limitações de muitos dos textos veiculados pela internet. Embora possuam links, como vídeos, imagens e outros elementos, são ainda "arquitetados" a partir da visualização de um texto impresso. O Prof. Luiz fez-nos enxergar isso a partir de uma notícia postada na página da UFAL.


3-    Quais os autores/obras que ajudam o autor a fundamentar sua argumentação? É possível fazer um quadro seguindo critérios de posicionamento de cada um deles?

 O quadro abaixo não esgota o posicionamento de cada um dos autores, mas sintetiza os principais destaques no texto:

Brage & Ricarte (2005)
- discutem a abrangência conceitual do termo ‘hipertexto’;
Pefferti (1996)
- explica o ‘hiper’ de hipertexto como um juízo de valor (hiper é bom e linear não é);
- defende o deslocamento do estudo de texto x hipertexto para processo x uso;
- leitor (processo cognitivo) x usuário (usabilidade)
Mial (1998)
- defende a necessidade de partir-se do texto impresso (leitura, escrita e processos psicológicos) para estudar-se o hipertexto;
Rouet & Levonen (1996)
- partem da comparação entre texto e hipertexto em busca de semelhanças entre eles;
- afirmam que a linearidade não é o diferenciador do texto e do hipertexto, mas, sim, a usabilidade;
Koch (2005)
- compara texto e hipertexto com o intuito de encontrar semelhanças entre eles;
- defende que a única diferença entre ambos está apenas no suporte e na forma e rapidez de acesso;
Lemke (2002)
- explora radicalmente diferenças entre texto e hipertexto: não há um eixo narrativo ou argumentativo que relacione as unidades de informação presentes no hipertexto;
Marcuschi (2006)
- afirma que o hipertexto não é um fenômeno do meio estritamente eletrônico ou exclusivamente do mundo digital;
Braga (2003; 2004; 2005)
- defende o hipertexto como uma continuidade do texto impresso e a centralidade dos links no hipertexto;
- assume o hipertexto como o produto de uma nova modalidade linguística no meio digital que está sujeito aos limites e possibilidades inerentes ao meio;






4-    Qual a crítica que o autor faz a respeito das mudanças de foco nas pesquisas sobre hipertexto e sobre os modismos acadêmicos?

Embora tenha havido uma mudança de foco nas pesquisas sobre hipertexto, que se direcionam para um olhar cada vez mais linguístico, Gomes afirma que os estudos ainda estão presos à visão do texto impresso. O hipertexto, na opinião do autor, questiona vários dos conceitos formulados pela Linguística Textual, conceitos estes que ainda são baseados muito fortemente nessa visão do texto impresso, linear. Em razão disso, podemos supor que pouco sabemos sobre o que é, de fato, o hipertexto, tendo em vista a escassez de pesquisas que encarem “de frente” as particularidades desta nova modalidade linguística (embora o autor afirme várias vezes no texto que este quadro têm se alterado).


5-    O que ou em que as pesquisas na área de Linguística Aplicada e Linguística de Texto deveriam se ater para estudar o hipertexto? Quais questões estão em aberto, segundo o autor?

Sendo o hipertexto de natureza essencialmente digital, as pesquisas devem partir da consideração desse meio digital de produção e de circulação do hipertexto. Conforme afirma Braga (2005) (e isto é corroborado por Gomes), o hipertexto está sujeito às particularidades do meio digital. Estas características abrem questões que sequer foram exaustivamente discutidas no âmbito da Linguística Textual, a saber, os conceitos de texto, textualidade, intra e intertextualidade, produção de sentido e produção escrita, ente outros. A questão do uso pedagógico do hipertexto na escola é outro destaque do autor.


6-    É possível fazer um quadro entre as semelhanças e diferenças entre texto e hipertexto? Discuta essa possibilidade e proponha um quadro. Acrescente uma coluna com suas próprias observações e comentários a respeito de cada item.

Texto 
Hipertexto
unidimensional;
as informações são obtidas em um único texto;
as páginas são organizadas sequencialmente;
a progressão é predefinida pelo autor;
o leitor pode caminhar para onde quiser;
suporte material (de certo modo, limitado);
as expansões são secundárias.

multidimensional;
as informações são integradas em vários textos;
as páginas são organizadas em rede;
a progressão é controlada pelo usuário;
o leitor depende da existência de links; suporte eletrônico (ilimitado);
as expansões são centrais;
só existe enquanto texto eletrônico.



7-    Acrescente seus comentários, dúvidas e interesses nesse guia de leitura.

 Trago para discussão o seguinte trecho do texto:

“Rouet e Levonen creditam à usabilidade a grande diferença entre texto e hipertexto; para eles, no meio eletrônico é mais fácil para os leitores tirarem vantagem das características não lineares disponíveis, como no caso de leitores com deficiência de vocabulário ou de conhecimento prévio que podem beneficiar-se de graus de não linearidade moderados, como, por exemplo, definições on-line e acesso a informações adicionais enquanto leem, ou seja, a vantagem está na usabilidade.” (p. 6-7)


Com base em minha experiência enquanto leitora, especialmente de textos acadêmicos, penso que mesmo na leitura de textos impressos posso tirar “vantagem”, com total facilidade, de meios eletrônicos para consultar o significado de palavras desconhecidas ou mesmo para ampliar uma informação contida no texto impresso. A existência de celulares cada vez mais modernos, com acesso à internet e com “atribuições” de um computador favorece ainda mais este tipo de uso. Nesse sentido, não concordo plenamente com o posicionamento de Rouet e Levonen de que a usabilidade é a grande diferença entre texto e hipertexto.



Diário de classe - Aula do dia 24 de setembro de 2014



Nesta aula, estava prevista a discussão de três textos do Prof. Luiz Gomes: Texto e hipertexto: o "hiper" do hipertexto e outras questões, Hipertexto: definição, tipologia e características e A textualidade do hipertexto. Antes de iniciarmos a discussão dos textos propriamente dita, o professor fez uma breve (porém, instigante) introdução sobre a história da criação da Web. Nesta empreitada, foi interessante abrir os olhos para as formas de propaganda nada ingênuas que circulam pela internet e de como as grandes empresas são beneficiadas com isso. O mundo da internet é, de fato, amplamente utilizado, porém,muito pouco conhecido, a menos por mim.

Em razão da falta de tempo e, em parte, de uma certa desorganização na apresentação dos pontos principais dos textos pelos alunos, só discutimos o início do primeiro texto, o que versa, entre outras questões, sobre o hiper do hipertexto. Esta foi, de fato, a questão que mais nos detivemos. O primeiro esclarecimento quanto ao prefixo "hiper" feita pelo professor foi o de que ele não deve denotar o sentido de melhor, de superior ao texto linear, mas deve ser associado ao espaço hiperbólico ou multidimensional inerente ao hipertexto. A supervalorização do hipertexto, acrescentou o professor, veio da difusão da ideia de que o tecnologia é sempre melhor, que facilita a vida de seus usuários. No caso do hipertexto, do hiper do hipertexto, é mais correto que o associemos a um texto multimodal, que apresenta inúmeras possibilidades inovadoras.

Outra questão apresentada no texto e discutida na aula, ainda que brevemente, foi a da definição de hipertexto com base em termos técnicos e, em razão disso, a da escassez de estudos sobre o hipertexto a partir de um viés linguístico. Inicialmente, o hipertexto foi definido somente a partir de suas características técnicas (associadas à Informática) e de sua usabilidade. Questões como a textualidade do hipertexto foram deixadas de lado na época. No entanto, o texto mostra que este quadro vem se transformando ao longo dos anos.

Com o término do tempo da aula, não pudemos avançar na discussão.  Desta aula, destaco o avanço conceitual que pude alcançar, embora ainda muito incipiente, sobre o hipertexto. Para além de este ser digital, é, ainda, multimodal, o que o torna um objeto de estudo complexo. Para otimizar o tempo e organizar melhor a continuação da discussão dos textos na próxima aula, o professor disse que iria postar em seu blog um guia de leitura.